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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Eu


Sou muito poeta
E como tal vivo em constante deslocamento,
Transcendência.
Sozinho no mundo
Mesmo que rodeado por muitos.
Sou heterogêneo.
Não me misturo.
Não por opção.
É natural,
Involuntário.
Absência social me faz parte,
Inerente.
Como todo bom poeta,
Sofro dessa sina.
Condição primal para o talento,
Talvez.
Dito isso por alguém que sofre do mesmo mal
Só pode ser verdade.
Um autismo artístico
Ou algo parecido.
Sinto-me diferente.
Igual a todo mundo.
E sinto.
Observo.
Crio.
Penso.
E sofro.
Não mais que os outros.
Nem tão menos.
Mas atraio.
Não pelo jeito de ser.
Não pela aparência.
O que por lógica deveria ser.
Mas não ocorre.
Por essas eu repilo
Como que um campo de força.
Atraio pela mente.
Somente após conhecer minha mente.
Ou o mistério que ela representa
Eu atraio.
Algo inexplicável
E tão verdadeiro quanto acreditar.

C. S. Júnior