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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Falta de amor

Quando um ser humano sente algo, seu instinto faz com que ele demonstre alguma coisa em retribuição à aquele sentimento. Essa ânsia de demonstrar é muito simples de ser observada e pode ser demonstrada nas atitudes mais simples e corriqueiras da vida. Quando você sofre, você chora; quanto fica feliz, você sorri. Essas demonstrações também se refletem para sentimos, por assim dizer, mais complexos, como o amor. Quando se ama, então por instinto natural seria comum a demonstração afetiva para com o ser amado, mas e se isso não acontecer? Como pode uma pessoa fugir do natural por opção? Para se proteger contra futuras decepções, seria a resposta mais exata para quem pratica esse tipo de atitude. Mas em um determinado momento, mesmo que você não demonstre você acaba totalmente envolvido por aquele sentimento que mesmo que você lute contra a corrente você sempre sairá perdendo, pois mesmo que você não demonstre, se você perder seu amado você irá sofrer com a mesma intensidade, pois o sentimento já existe. Então não demonstrar seria bom quando você não quer se entregar de cabeça a um sentimento forte, mas que não teve um bom tempo de maturação. E quando o sentimento já te dominou? Para que serviria a frieza de sentimentos nesse caso? Eu respondo. Para nada! Então para que lutar contra o instinto natural de agradar a pessoa amada, já que você já esta dominada pelo sentimento? Deixe esse sentimento te levar! Seja feliz e fique sem pressões, muitas vezes você pode perder seu amado pela frieza e deixar de viver aquilo que ambos querem. Concluo que a falta de demonstração de afeto para um relacionamento maduro não quer dizer segurança contra decepções e sim falta de amor!

C. S. Júnior

A mulher que passa




Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!

Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!

Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!

Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!

Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontravas se te perdias?

Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida
Para o que sofro não ser desgraça?

Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!

No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!

Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que boia leve como cortiça
E tem raízes como a fumaça.
Vivícius de Moraes

Menina danada

Garota pequena, de gênio forte
Feita da dor e da morte
Vaga sem rumo em busca da sorte
Me deixa abismado seu jeito de ser

Labios macios e beijo molhado
Um olhar tão doce me deixa encantado
Será um presente, ou será que é pecado
Só sei que me deixa de queixo caido

Menina tão bela que veio do nada
Encontrou-se comigo sem hora marcada
Invadiu meu espaço sem pedir licença
Virou minha vida de pernas pro ar

Seu jeito menina, seu jeito moleca
Menina danada, menina sapeca
Sempre mimada, sempre calada
Sem dizer nada consegue o que quer.

C. S. Júnior