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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cotidiano



Me deito
E junto comigo o peso dos meus pensamentos.
Impossíveis de apagar,
Impossíveis de não lembrar.
Você ainda está aqui
E eu sempre tentando me esquivar.
Sempre com um novo motivo, uma nova aventura.
E penso que seu brilho pode até desaparecer algum dia, mas não.
Seu brilho é puro
E não se apaga,
É fogo que não se extingue,
É sol, estrela vibrante, incandescente,
Explosão de vida.
Vida que passou por mim
E deixou uma queimadura
Que ainda arde,
Que ainda queima.
Pois paixão é fogo
E você foi vulcão.
E hoje só sobrou cinzas e pó.
E do calor intenso tornou a rocha.
E da relva ao abismo.
O profundo silencio do teu olhar,
O do vazio das tuas palavras,
Na inercia do teu sorriso
Me perco na escuridão.
Fecho os olhos e tento achar uma saída em meus pensamentos,
Mas todos me levam a sua casa
E em pensamento faço aquele caminho que por muitos dias foram minha rotina.
E me estaciono em frente ao teu portão,
Entro em sua casa,
Pego a direita pra seu quarto
E lá está você
Deitada como o de costume,
Com todas as suas coisas no lugar.
O relógio que eu te dei pra te acordar,
Suas pantufas e a garrafinha de água.
Me sento na beirada de sua cama como fazia todas as noites.
Ah, como eu gostava daquela rotina!
E meus pensamentos me levando cada vez mais fundo.
Nesse ponto a lágrima já não se conforma em ficar apenas nos olhos.
E como tudo se encaixava perfeitamente naquele tempo.
E seu rosto de perfil me trazia tanta paz.
Minha mania de colocar teus cabelos atrás da tua orelha
E você fazia que sim com a cabeça, assim como uma criança
E era tão bom!
Agarrava meu braço para que eu não fosse embora
E me olhava como se fosse pela ultima vez, todos os dias.
EU TE AMO PORRA!
Volta pra mim, por favor.
Parecia tão real, que achei que no outro dia você se lembraria também.
Mas foi apenas um devaneio meu.
Não quero acreditar que esse é o fim.
Então, que não seja.
Pois se não quero que isso termine, não irá.

C. S. Júnior